quarta-feira, 23 de março de 2011

Uma prova de amor (parte II)


CONTINUAÇÃO...

“Deixe-me terminar, por favor. Eu não me esqueci de todas as juras de amor que lhe fiz, ou dos nossos planos para o futuro. Dos nossos filhos, que nome por, nossa casa, nosso casamento... Não me esqueci de como superamos nossas diferenças e inseguranças. De como passamos por cima da rejeição e dos olhares de reprovação daqueles que se diziam nossos amigos. Não me esqueci das promessas que lhe fiz, e menos ainda da voz de abandonada com que me pediu para que eu jamais as quebrasse. Você não sabe como me dói ter que tomar essa decisão.”

Ele parou de falar quando foi interrompido pelos soluços incontroláveis. Sim! O amor de sua vida estava chorando e a culpa era toda sua.

“Não chore, por favor. Será melhor assim.”

“Você está jogando todos esses anos fora do nada e não quer que eu chore? Como assim vai ser melhor? Melhor pra quem? E todas as loucuras que cometi? Que cometemos? E todas as vezes que brigamos e que eu me odiei por isso? E as descobertas, e carinhos, e declarações de amor que gritávamos aos quatro ventos? Não pode ser. Surpreenda-me e diga que não é o que estou pensando. Por favor, meu amor.” Ela falou abraçando-o.

A cada meu amor que ela deixava escapar, era como uma facada que ele fincava em seu próprio coração. Afinal estava tudo acabado e ele ainda a amava, na verdade seu amor por ela era tão grande que uma vida era pouco pros dois.

“Eu não queria, juro. Mas sem perceber me apaixonei por outra pessoa. Sinto muito!” Ele murmurou esforçando-se para não voltar atrás na decisão.

Ela não acreditava, não podia ser verdade. Enquanto ele falava ela só sabia chorar e chorar. Chorava compulsivamente. Torturando-o sem saber.

“Mas eu te amo, amo muito. Você foi a melhor coisa que me aconteceu em todos esses anos. Você me protegeu e foi meu chão, é meu chão.” Ela falou quase implorando pra que ele desistisse da loucura que estava cometendo.

“Eu sei que vai ser difícil no começo, pra mim também, tenha certeza. Mas vamos ficar bem. Você me tornou um homem melhor, um homem bom. Aproximou-me de Deus, foi minha companheira, minha melhor amiga. Você foi a melhor parte de mim e sempre será.”

“E mesmo assim acha que está apaixonado por outra?” Ela ficava cada vez mais confusa. Se ele a amava tanto porque estava a abandonando? Não fazia sentido.

“Não me faça mais perguntas. Já disse que vai ser o melhor. Eu amo você, demais!”

Ele a abraçou, deu um último beijo, virou as costas e foi embora.

Sem que ela notasse ou ouvisse ele deixou uma lágrima escorrer. A única coisa que tinha vontade naquela hora, era de voltar e dizer toda a verdade.

Dizer que não estava apaixonado por nenhuma outra mulher, ela era única, era seu amor. E que na verdade descobrira a um mês atrás que estava com uma doença grave e que tinha pouco tempo de vida. Achou que seria a melhor provar de amor de pudesse dar.

Se sacrificar e deixar que ela recomeçasse e encontrasse um outro amor. Um novo amor.

terça-feira, 22 de março de 2011

Uma prova de amor (parte I)


O dia tava meio chuvoso e anubliado. E fazia alguns dias que eles completaram três anos e oito meses de namoro, sem nenhuma comemoração especial. Apenas um torpedo dele, mas ou menos as quatro e pouca da tarde:

“Estou muito feliz pelos nossos três anos e oito meses de namoro. Você me faz bem demais!” E uma outra dela as exatas meia noite e dois:

“A três anos e oito meses atrás eu dei o melhor beijo na melhor pessoa que poderia existir. Eu amo você meu amor. Parabéns pra nós!”

Como havia mandado primeiro, ficou apreensiva, dormiu agarrada ao telefone, e quando a bendita mensagem chegou, lá pela metade do dia, seus olhos se encheram de decepção, esperava mais muito mais... Algo estava mudando, ela sabia, e mesmo assim insistia em fingir que tudo estava bem.

“Ele deve estar cansado, desgastado do trabalho”, pensava ela.

Na mesma tarde daquele dia chuvoso ela liga pra ele. Queria fazer um convite pra assistir filme e comer pipoca, típico programa clichê de namorados. Mas que a correria do dia-a-dia estava deixando sumir.

Ela liga e o telefone chama, chama... Por fim quando já estava quase desistindo ele atende.

“Oi, meu bem!”

“Oi, querido! Saudades de você. Como esta?”

“Cansado, muito cansado.”

“Hum... Que tal nos vermos hoje?”

E por quase um minuto ela não ouviu nada do outro lado da linha além da respiração.

“Se importaria se nos víssemos outro dia? É que estou bem exausto. De verdade!”

“Não, tudo bem.” Ela disse com os olhos tomados de lágrimas, tentando disfarçar ao máximo a rouquidão e a voz chorosa que começava a se formar.

“Então está bem. Tenho que desligar agora, tenho muito trabalho por aqui. Beijo.”

Ela notara que desde que terminaram a faculdade e começaram realmente suas vidas profissionais se afastavam cada dia mais. Sentira que talvez já não tivesse mais tanta importância pra ele quanto ele pra ela. E isso a paralisou, a deixou gelada e com medo.

Quatro dias após o telefonema eles finalmente se encontraram e ela como era de se esperar demonstrou mais felicidade em estar matando a saudade dele do que ele por ela.

“Como senti sua falta.” Ela disse.

“Também senti a sua.” Ele retribuiu com a voz pouco convincente.

“O que está havendo com você? Com o nosso relacionamento? Você está mudado, meio ríspido. O que há? Me diz.”

Ele então ficou com o coração na mão. Sabia que naquele momento estava quebrando em pedacinhos o coração da moça pra quem um dia jurou amor eterno. E não sabia o porquê nem como dizer, só sabia que as circunstancias haviam mudado, isso era nítido. Podia não parecer, mas ele se culpava o tempo todo. Não acreditava como podia ter deixado aquilo acontecer. Era só o que sabia se perguntar nas últimas semanas.

“Querida, eu sei que nessas últimas semanas andei lhe magoando mais que nesses três anos e oito meses em que passamos juntos. Perdão! Eu estava tentando fazer você sentir um pouco que fosse de ódio de mim. Assim eu me sentiria menos canalha e tornaria mais fácil falar o que tenho pra te falar agora”.

“Amor, não...” Ela o interrompe.


CONTINUA ...

quinta-feira, 10 de março de 2011

Amor


Diga-me que está cansado, eu te espero.
Diga-me que nunca foi tão feliz, eu concordo.
Mande-me para o raio que o parta ou só peça pra que eu fique contigo.
Exploda, cuspa, desça, arrase. Ou só me abraçe.
Deixe-me te ver morrer de rir, chorar ou reclamar, só não me peça pra te deixar.
Grite ou fale baixinho, só não me esconda o rosto. Deixe-me irritada, alegre, triste, feliz, cansada, mas não me deixe de lado, nem me despreze, nunca.
Acompanharei teu gás ou o teu desanimo. Posso até te deixar por um minuto, mas nunca pra sempre.
A nossa presença, quer queira, quer não, sempre deixa o gostinho de quero mais. É bonito de se ver, é legal te ter, mas é mais maravilhoso poder te sentir. Vou e volto, durmo e acordo, tô sempre pensando em você.
Seu hálito de gente feliz me abrançando me deixa mais bonita. Minha imaginação nunca voaria tão alto, por isso nunca direi que você é quem eu sempre imaginei pra mim de uma outra forma.
O valor que você tem eu guardo bem escondidinho, que é pra ninguém ousar cobiçar tamanha honestidade.
Minha promessa muda, você só conseguirá ler se for esperto ao olhar o meu olhar quando olho pra você.
O amanhã pode ser uma desgraça, pode não ter mais você, pode não existir mais a gente. Então chega mais perto, me abrace, me beije, me deseje mais. Que aí eu faço o mesmo. Que aí a gente aproveita o que o agora tem reservado pra nós, sem se arrepender ou pensar no que poderíamos ter feito ou resgatado.
Vai parecer repetitivo, sem graça, clichê... Mas eu quando estou com você sou uma pessoa melhor. E o tal do amanhã a gente deixa pro dia seguinte. Mas o hoje não, com ele a gente faz o melhor que puder.

“Que o próximo corra milhas a mais que o anterior.”


Engraçada a vida não acham?

Às vezes pensamos ter encontrado o cara, ou a moça dos sonhos, nos entregamos e esquecemos plenamente que contos de fadas não existem. O tempo passa e o companheiro(a) faz questão que percebamos que é mais um(a). E novamente, tudo não passou de mais uma ilusão e de mais um aprendizado da vida.

Acrescentou-nos? Claro! Mas é passado. Amadureceu-nos? Claro! Mas é só passado. Deu-nos experiência? Claro! Mas agora não é nada mais que passado. Passou. Já é passado e o futuro está por vir. Mas que o novo alguém que esteja por vir faça diferente, seja diferente, haja diferente.

Que ele seja o oposto do que meu antigo "amor" foi um dia. Que ele me faça promessas realizáveis, me encha de planos que possam ser tornar reais num futuro não muito distante. Que ele me dê esperanças verdadeiras de que o amor existe e que com ele eu vou me apaixonar cada dia mais, ao ponto de aprisioná-lo em mim pra sempre, caso contrário terá sido como meu antigo “amor”.

Que ele me faça acreditar não só que me ama, mas que também sou única. Que ele consiga uma conquista diária de puro conhecimento entre nós com muito açúcar, amor, afeto e paixão, e que ele cumpra, senão de nada terá valido, terá sido como meu antigo “amor”. Que ele seja sincero comigo e com ele, em cada milésimo de tempo em que passarmos um ao lado do outro.

Que ele tenha gostos que possam encaixar-se nos meus, objetivos parecidos, que ele seja religioso, prestativo e leal. Senão terá sido como meu antigo “amor”. Que eu possa sentir por ele algo novo, nada igual ou semelhando ao que senti no passado.Que ele me apresente coisas novas, mundos, lugares, costumes e pessoas diferentes.

Que ele cobre menos, e faça mais. Que ele seja mais comportado, e inteligente, e divertido, e compreensivo. E Que ele me faça sentir borboletas no estômago mesmo após anos terem passado. Caso contrário lembrará meu antigo “amor”. E sabe aquelas milhas que o próximo terá que correr?!

Então... ele terá que percorrer-las antes de me ter. Para que ele dê valor ao esforço dele, caso queira mesmo me fazer todos esses mimos. E como não quero perder tempo, como perdi com os anteriores, crio esse obstáculo, e passará só quem realmente quer.

Então corra... Corra!

Por: Ana Flávia e Flavia Fernanda