sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

As lindas noites com a “Marcelinha”

Não é possível que ele não veja a verdade nos meus olhos, eu suplicando pra que ele me beije. O amor dele é próprio demais e eu não posso fazer nada se o amigo dele não me faz feliz como ele faz. Eu sou uma mulher que não presta. Eu sou uma mulher que ama o melhor amigo do meu marido.
Às vezes eu sinto vontade de chorar. Às vezes eu sinto vontade de agarrar aquele branquelo de cabelo encaracolado na frente de todo mundo. Mas o combinado foi só na nossa frente mesmo. Somos as únicas testemunhas.

Ele sabe que tem um lugar guardado pra quando quiser se hospedar ou me agarrar.
Quando isso começou não importa, mas quando vai terminar me interessa e muito. Eu preciso ligar pra dar bom dia, eu preciso da mensagem dele de boa noite... O nome dele no meu celular é Marcelinha. E eu adoro quando a Marcelinha me liga. Adoro quando a Marcelinha diz que estava com saudade. Adoro o beijo da Marcelinha. Adoro o jeito que a Marcelinha me corresponde. Adoro os presentes de Natal que a Marcelinha manda pelo correio. Adoro o cheiro do hidratante da Marcelinha. Adoro todas às vezes que eu me escondo com a Marcelinha, porque é justamente quando eu me encontro de verdade. Adoro quando estamos só nós duas, eu e a Marcelinha, o mundo inteiro sempre faz questão de desaparecer.

É desumano pensar que isso tudo um dia pode acabar, é covardia. Não existe culpa, até porque não fazemos questão de nos culpar. É tudo tão maravilhoso que não sobra espaço pra pensar numa coisa dessa... Culpa! Pra que serve essa bendita culpa? Só pra me deixar pra baixo. E pra baixo eu deixo pra ficar quando ele vai embora pros braços daquela morena do cabelo alisado, do corpo violão e de um bronzeado surreal. E por mim eu sumiria com ele, pra um lugar onde não pegasse nenhum tipo de tecnologia, que a gente risse o tempo todo da loucura mais satisfatória que já fizemos. Dançar sozinhos, comer sozinhos, viver sozinhos, ser de verdade só hoje/amanhã/depois/pra sempre... Porque você não enjoa.

Eu não enjôo de nada quando estou contigo, porque cada momento ao seu lado eu aprendo o quanto de coisas ainda posso e vou aprender com você. Mas isso não é certo, essa situação. Sabe? As mensagens, os telefonemas, os presentinhos, as rapidinhas escondidas por trás daquele posto de gasolina bem no meio da dutra. Nada disso, por mais que seja satisfatório.. ôôôh, e põe satisfatório nisso (risos), não é legal.

Eu não deveria sentir vontade de sentir o seu cheiro, a sua voz sussurrando baixinho pra mim, de ganhar os seus beijos, de sentir o arrepio que sua pele provoca na minha. Não. Isso não é certo. E o pobre Coitado do Miguel, ele me ama tanto, me paparica e me acarinha tanto. E ele confia em você. Na amizade de vocês de 11 anos. Como você pode ser tão cafajeste ao ponto de me roubar dele e me aprisionar em você? De me fazer pensar pela primeira vez que ter um “outro” não é pecado... é humano e é normal?

Não é justo. Não podia ser que nem aquela história: “compre 1 leve 2”, ou então, “2 em 1”? Tá bom, eu sei que é pedir demais. Mas pelo menos colocaríamos um fim nessa vergonhisse sem tamanho que eu tenho gostado tanto em cometer.

Sinto minha cabeça queimando. Meus neurônios fritando. Deve ser a consciência, sabe? Não consigo achar uma solução, você também não ajuda, né. Mas por uma vez na vida reluto em achar solução, deixa estar como estar. Afinal, você ganha, eu ganho, só o pobre coitado do Miguel que perde.
Mas é como dizem: “O que os olhos não vêem o coração não sente”.


Por: Ana Flavia e Yasmin Lopes

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