sexta-feira, 16 de julho de 2010

Eterna Criança (...)



Continuamos rodando e foi então que percebi que não tinha escapatória... Sempre será necessário que você faça alguma coisa, que tenha uma solução para os problemas, se não eles te riscam do mapa, te colocam pra escanteio, você vira carteirinha fora do baralho. Era difícil aceitar e reconhecer, mas eu precisava por um fim nisso tudo.
Queria voltar no tempo, não muito tempo atrás, uns 6 anos já é o suficiente, porque nesse sim eu era feliz. Naquela época a alegria em mim era tanta que me chamava felicidade. Sem fazer nada eu era feliz, eu era livre como o vento e não sabia, podia rir do ridículo que mesmo assim tudo ficava bem. Gostava de abraçar apertado, olhar nos olhos, andar de mãos dadas, de trocar carinhos e palavras, de pular pelo parque, saltar pelas ruas, como uma verdadeira criança... Mas agora é difícil confiar em alguém.
O divertido me faz rir, o chato me aborrece. Não perco a mania de perguntar o porquê de tudo, de brincar com bexigas, de me lambuzar com chocolate, de as vezes brincar de boneca, dormir com ursinhos, fazer manha, de reclamar quando não me dão atenção, de chorar quando sinto dor, sou birrenta e as vezes ainda bato o pé.
(...) Mas chega a partir de hoje uma vida feita de fatos, de fatos maduros e mais que crescidos.
Tudo bem é difícil aceitar mais uma hora se cresce, e é necessário que as bonecas dêem lugar aos sapatos e que no fitilho em nossa cabeça fique a lembrança da criança que já se foi, e que não pode mais voltar. Fim do tempo!
Hoje já crescida traço metas, percorro caminhos, vivo que nem gente grande, porque essa é a ordem das coisas. Mas a criança que eu fui ninguém sabe, mais continuo sendo. Ela ta aqui dentro do coração escondida, esperando uma oportunidade para poder voltar.

(...) Espero que não demore!


"Vivo imaginando que de repente vão aparecer fadas ou gênios na minha frente para perguntar o que eu desejo."
(Caio Fernando Abreu)

2 comentários:

  1. tá td tão perfeeeeeeeeito *-* amei minhas blogueiras lindas s2

    ResponderExcluir
  2. Com um pedaço de madeira a criança faz seu brinquedo. Mesmo sem formas, traços, cores, apenas com imaginação. Se continuássemos seguindo essa lógica a dor, o sofrimento, angústia, etc, poderiam ser apenas detalhes.

    ResponderExcluir